INDÚSTRIA DAS MULTAS X COOPERATIVA DE INFRATORES
Já faz algum tempo que ouvimos falar na chamada “indústria das multas”,
em que, os órgãos responsáveis pela fiscalização do trânsito e,
consequentemente a aplicação das sanções, previstas no Código de
Trânsito Brasileiro – CTB, carregam essa famigerada rotulação popular.
Entretanto, vale apena perguntar: Como surgem estas multas?
Um ciclo bem simples explica como se cria a tal indústria das multas.
1° passo - O condutor comete a infração;
2° passo - O agente autuador transcreve a notificação;
3° passo - É enviada a notificação para o infrator, para ter o direito de defesa;
4° passo - Caso não seja acolhida a defesa, será imposta a penalidade (multa).
Observem que a indústria das multas está intrinsecamente ligada à
“cooperativa de infratores”. Pois, não há como passar para o 2° passo,
sem que exista a infração de trânsito. Imagino, que tenham pensado que
o agente autuador invente à infração. Mas para quê inventaria?
Entramos no velho mito, que a multa de trânsito paga o salário do
agente que autua o condutor. O CTB é bastante claro em seu artigo 320,
diz que: “A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito
será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de
campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.”
Portanto, esqueçam essa estória que o agente autuador ganha um “bônus”
notificando veículos. Ele está cumprindo unicamente com uma de suas
funções.
O grande problema é que a maioria das pessoas não
pensa nas notificações e multas, de maneira preventiva. Mas sim, como
uma vontade particular do servidor responsável, em penalizar o indivíduo
gratuitamente.
Sendo assim, para evitar à constituição da
“indústria das multas” e da “cooperativa de infratores”, temos que
analisar o trânsito pela ótica da preservação da vida. Obedecendo os
preceitos do CTB, suas atualizações e demais legislações, para facilitar
o convívio pacífico entre todos os usuários das vias. Evitando
estresses e prejuízos. Enxergando na figura do agente de fiscalização, o
colaborador para obediência das leis de trânsito.
Cleiton S. Pereira
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